A conexão entre crimes transnacionais e mudanças climáticas ganha protagonismo na XXII Conferência de Segurança Internacional do Forte, marcada para 10 de junho, no Rio de Janeiro. O evento — considerado o principal fórum latino-americano sobre segurança — abordará como atividades ilícitas como o tráfico de armas, o contrabando e a exploração ilegal de recursos naturais alimentam crises ambientais globais.
No centro das discussões estará o painel “Crime transnacional, segurança e impactos climáticos: uma interseção complexa”, com nomes de peso como Robert Muggah (Instituto Igarapé), Nancy Gutiérrez (ex-Ministra do Interior da Colômbia), Maria Rosa Sabbatelli (Comissão Europeia) e Marcelo Della Nina (Itamaraty). A proposta é analisar como essas redes criminosas pressionam a segurança internacional e comprometem políticas ambientais — tema especialmente relevante no ano da COP30, que será sediada no Brasil.
Nancy Gutiérrez destaca que “o crime organizado transatlântico agrava as mudanças climáticas ao explorar ilegalmente os recursos naturais”, defendendo a necessidade de estratégias integradas e cooperação internacional. O painel se propõe a ir além da denúncia, promovendo soluções interinstitucionais e regionais que reforcem a resiliência dos Estados frente às ameaças ambientais e de segurança.
Organizada pela Fundação Konrad Adenauer (KAS-Brasil), com apoio do CEBRI e da Delegação da União Europeia no Brasil, a Conferência do Forte tem como tema central “Para além do Não Retorno”. Ao reunir formuladores de políticas, analistas e representantes de organismos internacionais, o encontro pretende influenciar diretamente a agenda brasileira e regional de segurança e desenvolvimento sustentável.