Leonardo compra divisão militar da Iveco e amplia presença no Brasil

Leonardo compra divisão militar da Iveco e amplia presença no Brasil

Veículos militares Iveco em exposição em feira.

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Em um movimento que surpreendeu o mercado global de defesa, a Leonardo anunciou a compra da divisão militar da Iveco por cerca de R$ 10 bilhões, consolidando-se como uma das maiores potências no setor de defesa terrestre. A transação garante a continuidade das operações da Iveco no Brasil, onde a empresa mantém uma importante fábrica em Sete Lagoas (MG), responsável por projetos estratégicos junto ao Exército Brasileiro.

Expansão estratégica e tecnologia de defesa terrestre

A aquisição marca um passo decisivo na estratégia da Leonardo de integrar completamente suas capacidades em sistemas terrestres e tecnologias militares de ponta. Com a incorporação da Iveco Defense, a multinacional italiana passa a controlar linhas de produção responsáveis por veículos como o LMV (Light Multirole Vehicle) — modelo amplamente utilizado por forças armadas europeias e agora também em produção no Brasil na versão LMV-BR 2.

O portfólio combinado permitirá à Leonardo ampliar sua oferta em blindados leves e médios, sistemas eletrônicos embarcados e soluções integradas de comando e controle (C2). Especialistas do setor destacam que a sinergia entre as duas empresas fortalece o posicionamento europeu em um cenário de crescente demanda global por modernização militar e autonomia tecnológica.

Além disso, a Leonardo reforça sua capacidade de exportação e consolida uma base industrial capaz de responder a contratos complexos de veículos táticos, transporte de tropas e plataformas modulares. Essa expansão não apenas impulsiona sua competitividade global, mas também sinaliza o início de uma nova fase na integração tecnológica entre os setores terrestre e eletrônico de defesa.

Repercussões para o Brasil e a indústria nacional de defesa

A manutenção da operação da Iveco Defense em Sete Lagoas (MG) foi recebida com otimismo por autoridades e especialistas brasileiros. A planta mineira, responsável pela fabricação de viaturas blindadas LMV-BR 2 para o Exército Brasileiro, garante centenas de empregos diretos e indiretos, além de promover transferência de tecnologia e capacitação técnica dentro da Base Industrial de Defesa (BID) nacional.

O contrato com o Exército prevê o fornecimento de 420 unidades ao longo de dez anos, em um investimento estimado em R$ 1,4 bilhão, com entregas a partir de 2026. Com a chegada da Leonardo, a expectativa é de fortalecimento das cadeias produtivas locais, com maior participação de fornecedores nacionais e maior conteúdo tecnológico agregado.

De acordo com analistas do setor, a permanência da Iveco sob gestão Leonardo representa também uma garantia de continuidade em projetos estratégicos para o Brasil, consolidando o país como hub regional de inovação e produção militar. A Leonardo, que já mantém presença no Brasil por meio da Leonardo do Brasil Ltda., amplia assim sua influência e reafirma seu compromisso com o desenvolvimento tecnológico e soberania nacional.

O novo tabuleiro global da indústria de defesa

A compra da Iveco Defense por R$ 10 bilhões reposiciona a Leonardo entre as maiores corporações globais do setor, em um cenário marcado por consolidação industrial e disputa geopolítica. O negócio é visto por analistas como uma resposta à movimentação de outros grandes players, como BAE Systems, Rheinmetall, General Dynamics e Thales, que também expandem portfólios e alianças estratégicas em meio ao aumento da demanda global por sistemas de defesa terrestre.

No plano internacional, o movimento reforça o papel da Itália como protagonista na integração industrial europeia de defesa, alinhando-se a esforços da União Europeia por maior autonomia militar e redução da dependência de fornecedores externos. Já na América do Sul, o impacto será sentido principalmente no Brasil, que se beneficia do acesso a tecnologias avançadas e da estabilidade de investimentos em projetos estratégicos.

A operação, prevista para ser concluída no primeiro trimestre de 2026, é vista como um marco histórico na trajetória da Leonardo e na redefinição do setor de defesa terrestre global, inaugurando uma nova era de alianças, inovação e competitividade internacional.

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Fonte: Defesa em Foco

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