O C-390 Millennium, orgulho da indústria aeronáutica brasileira, conquistou mais um mercado estratégico. O governo da Suécia anunciou a compra de quatro aeronaves multimissão produzidas pela Embraer, com sete opções adicionais, dentro de um programa europeu de aquisição conjunta em parceria com Holanda e Áustria.
O contrato reforça o papel da Embraer Defesa & Segurança como fornecedora global de tecnologia de ponta e consolida o C-390 como o novo padrão de transporte aéreo tático na Europa. A decisão também aprofunda a interoperabilidade entre as forças da OTAN, fortalecendo a cooperação industrial e militar entre América do Sul e Europa.
Com a entrada da Suécia no programa, o cargueiro brasileiro amplia sua presença no continente, que já inclui Portugal, Hungria, Áustria e Holanda — um avanço inédito para a indústria de defesa do hemisfério sul.
C-390 Millennium: desempenho e superioridade operacional

O C-390 Millennium é resultado de décadas de inovação tecnológica da Embraer, projetado para oferecer versatilidade, velocidade e confiabilidade superiores aos concorrentes de sua categoria. Capaz de transportar até 26 toneladas de carga útil, ele voa a 470 nós (870 km/h), com alcance ampliado e capacidade de operar em pistas curtas e não pavimentadas — inclusive em ambientes hostis.
A aeronave é certificada para executar transporte e lançamento de cargas e tropas, evacuação médica (MEDEVAC), combate a incêndios, busca e salvamento (SAR) e reabastecimento em voo (REVO). Sua configuração KC-390, equipada com pods de reabastecimento, pode operar tanto como avião-tanque quanto receptor, permitindo manobras complexas de transferência de combustível em pleno ar.
Desde sua entrada em operação com a Força Aérea Brasileira (FAB), em 2019, o modelo acumula taxas de disponibilidade operacional acima de 93% e índices de conclusão de missão superiores a 99% — números que chamaram a atenção de forças aéreas europeias em busca de eficiência logística e interoperabilidade.
Europa adota o padrão brasileiro de transporte tático

A decisão sueca integra o programa trilateral europeu de defesa conjunta, liderado por Holanda, Áustria e Suécia, que visa compartilhar custos de aquisição, manutenção e treinamento, além de unificar doutrinas operacionais. O objetivo é criar uma rede de interoperabilidade continental, capaz de responder a missões conjuntas de paz, ajuda humanitária e defesa territorial.
Durante a cerimônia de assinatura na Base Aérea de Uppsala, o ministro sueco da Defesa, Pål Jonson, destacou:
“Com o C-390 Millennium, aumentaremos nossa eficiência operacional e fortaleceremos a interoperabilidade com nossos parceiros europeus.”
O presidente da Embraer Defesa & Segurança, Bosco da Costa Junior, celebrou o avanço:
“Estamos honrados em dar boas-vindas à Suécia à família C-390. Essa parceria reafirma a reputação da aeronave como o novo padrão da OTAN para transporte tático e o reconhecimento da capacidade industrial brasileira.”
O movimento consolida o C-390 como a principal plataforma de transporte médio do continente europeu, superando modelos tradicionais como o C-130 Hercules, e posicionando o Brasil como parceiro industrial estratégico dentro da arquitetura de defesa ocidental.
Indústria de Defesa e soberania tecnológica brasileira
A venda para a Suécia representa mais do que um contrato comercial — é um marco de soberania tecnológica. Ao se tornar fornecedora de um país de alta capacidade industrial e membro pleno da OTAN, a Embraer eleva o status da indústria de defesa brasileira no cenário global.
A entrada da aeronave em operação nas forças europeias aumenta o prestígio do Brasil como nação exportadora de inovação e confiança tecnológica, em um ambiente dominado por gigantes norte-americanos e europeus.
Analistas avaliam que o contrato sueco deve abrir caminho para novas negociações com países como Bélgica, Noruega e Alemanha, que já avaliam substituições em suas frotas de transporte tático.
Mais do que exportar aeronaves, o Brasil exporta engenharia, doutrina e prestígio estratégico — consolidando o C-390 como símbolo de um país que domina tecnologias críticas e projetos de defesa de classe mundial.
“A Embraer é a expressão da soberania tecnológica brasileira. Cada novo contrato internacional é uma afirmação de que o Brasil é capaz de competir entre as potências”, resume o analista militar Marcos Perez Roja, da Universidad Nacional de Rosario.
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