Com a certificação de reabastecimento do Gripen pelo KC-390, a FAB valida a Operação Samaúma e eleva a interoperabilidade com Embraer e Saab em cenário binacional.
A Força Aérea Brasileira concluiu a validação do reabastecimento em voo entre o KC-390 Millennium e o F-39E Gripen, resultado da Operação Samaúma, em Gavião Peixoto, com foco em interoperabilidade e segurança.
O marco técnico confirma a maturidade do sistema fly by wire, a precisão de contato na mangueira e a transferência de combustível em faixas variadas de velocidade e altitude, com campanhas diurnas e noturnas.
A campanha reuniu DCTA, IFI e a autoridade sueca SE-MAA, além de Saab e Embraer, e gerou dados estruturais, aerodinâmicos e operacionais para certificação conjunta, conforme informação divulgada pelo Defesa em Foco.
Integração técnica e certificação binacional
A certificação de reabastecimento do Gripen pelo KC-390 envolveu mapeamento do envelope de voo, com ensaios de aproximação, estabilização, contato e transferência, assegurando repetibilidade e padrão de segurança elevado.
Os sistemas fly by wire nas duas plataformas permitiram controle fino, redução de oscilações e resposta estável, fator crítico para manter a mangueira alinhada e o fluxo de combustível constante em perfis variados.
O DCTA coordenou a coleta de dados de cargas, vibração e desempenho, base para decisões de certificação. Paralelamente, o IFI avalia conformidade brasileira e a SE-MAA conduz a validação internacional do Gripen.
A robustez do KC-390 como aeronave reabastecedora se destacou pela geração de esteira aerodinâmica estável, requisito essencial para caças de alto desempenho, o que favorece contatos consistentes e seguros.
O F-39E demonstrou controle de voo preciso, inclusive em voos noturnos, etapa exigente da qualificação. O resultado sustenta a interoperabilidade e prepara doutrina conjunta entre esquadrões e centros de ensaio.
Impacto estratégico e fortalecimento da indústria de defesa
O êxito da Operação Samaúma fortalece a Base Industrial de Defesa, com Embraer, Saab e FAB atuando de forma integrada na validação de tecnologias de alto valor e em processos de certificação complexos.
O Brasil se consolida entre poucos países capazes de certificar sistemas próprios de reabastecimento em voo, o que amplia autonomia tecnológica e credencia o país em programas de exportação e cooperação.
A parceria Brasil, Suécia ganha novo patamar, com transferência de conhecimento, intercâmbio de equipes e inserção brasileira no ecossistema global do Gripen, criando efeitos duradouros em P&D e qualificação.
A demonstração da capacidade multimissão do KC-390 reforça sua posição no mercado internacional, ao evidenciar conversão rápida para tanque, além de transporte, evacuação aeromédica, lançamento e missões SAR.
Instituições como DCTA, IFI e o Centro de Ensaios em Voo mostram a importância da ciência aplicada à defesa, com ganhos em certificação aeronáutica, controle de voo e engenharia de sistemas complexos.
Emprego operacional e evolução da capacidade aérea
Com a certificação de reabastecimento do Gripen pelo KC-390, o caça passa a operar com alcance ampliado, maior permanência em área e capacidade de cumprir missões de média e longa duração no território nacional.
Na prática, a FAB aumenta a flexibilidade de emprego, reduz dependência de bases avançadas e otimiza a vigilância do espaço aéreo, um vetor crucial para dissuasão e resposta rápida em cenários de crise.
O KC-390 ganha papel central na sustentação de combate, somando ao transporte logístico, evacuação aeromédica e SAR a função de tanque plenamente qualificado, o que simplifica planejamento e reduz custos operacionais.
A combinação do Gripen, caça de geração 4.5 com fusão de sensores, e do KC-390, a aeronave militar mais moderna desenvolvida no hemisfério sul, cria um sistema integrado de defesa aérea com larga margem de crescimento.
O novo patamar habilita ciclos de adestramento, padronização doutrinária e missões combinadas em exercícios nacionais e internacionais, elevando a interoperabilidade com forças amigas e parceiros estratégicos.
O que vem a seguir para a FAB e parceiros
Com a validação técnica, o foco migra para escala operacional, com mais tripulações treinadas, expansão de perfis de missão e consolidação de procedimentos padronizados em esquadrões de caça e transporte.
Novas campanhas podem aprofundar regimes de velocidade e altitude, além de cenários com diferentes configurações de carga, sempre com monitoramento de dados para sustentar a curva de segurança e desempenho.
O amadurecimento doutrinário deve incluir treinamentos noturnos avançados, enlace de dados tático e integração com outras aeronaves, visando operações compostas em ambientes complexos e de alta demanda.
Para a indústria, a evidência operacional reforça propostas comerciais do KC-390 e amplia o portfólio do Gripen no país, com ganhos de manutenção, suporte e qualificação de fornecedores locais.
Ao consolidar a certificação de reabastecimento do Gripen pelo KC-390, a FAB agrega autonomia, profundidade estratégica e um vetor de integração tecnológica que projeta o Brasil em um novo patamar na aviação militar.




