E10 com e-metanol comprovou estabilidade, E50 mede eficiência, ignição e resíduos, próximos passos miram E100 e maior uso de etanol no transporte marítimo brasileiro
A Maersk avança na descarbonização ao testar etanol no transporte marítimo. Após validar a mistura E10, 10% de etanol e 90% de e-metanol, a empresa iniciou a avaliação do E50 e já mira o E100.
O porta-contêineres Laura Maersk, primeiro bicombustível movido a metanol do mundo, serve como base dos ensaios. A meta é medir estabilidade, alcance e durabilidade com mais etanol em rotas longas e exigentes.
O projeto pode abrir novo mercado para biocombustíveis e acelerar metas climáticas no setor naval. A seguir, entenda os desafios técnicos e o impacto no Brasil, conforme informações divulgadas pela Maersk.
Como o etanol se comporta nos motores marítimos
A fase E10 comprovou combustão estável, operação segura e desempenho adequado em navegação de longo curso. O avanço sustenta misturas mais densas e prepara o terreno para o uso ampliado de etanol no transporte marítimo.
Com E50, engenheiros analisam eficiência energética, temperatura de ignição, controle de resíduos e ajustes nos sistemas de injeção. A ideia é manter performance, reduzir emissões e preservar confiabilidade em viagens oceânicas.
O estudo considera ainda autonomia e consumo por milha náutica. A maior fração de etanol altera propriedades do combustível, exigindo calibração fina do motor e da injeção para evitar perdas, depósitos e variações de potência.
E50 em foco, eficiência, ignição e ajustes
O E50 pode reduzir custos e ampliar a oferta, aproveitando cadeias industriais existentes. A mistura requer atenção à partida a frio, ponto de fulgor e lubrificação. Testes medem estabilidade de chama e desgaste ao longo de jornadas.
A calibração busca evitar pré ignição e manter pressões ideais. Mapas de injeção e sincronismo são adaptados ao novo perfil. A meta é eficiência comparável ao metanol e ganhos de emissões frente ao óleo combustível marítimo tradicional.
Brasil pode liderar o fornecimento de biocombustível
Segundo o material de referência, a adoção do etanol pode abrir mercado bilionário para usinas sucroenergéticas. O Brasil é o segundo maior produtor, com logística, certificações e escala para atender navios de baixo carbono.
Ao anunciar os testes, a empresa reuniu executivos de grandes produtoras brasileiras. O movimento sinaliza demanda internacional e pode ampliar empregos, investimentos e exportações de etanol no transporte marítimo.
Maersk e a meta de emissões líquidas zero até 2040
Com cerca de 15% do mercado global de contêineres, a Maersk dita tendências no setor naval. A estratégia inclui e-metanol, etanol, amônia verde e outras rotas para cumprir o alvo climático de 2040.
Se o E100 for validado, fabricantes de motores, estaleiros e reguladores podem redefinir padrões. A expectativa é acelerar bunkering, certificações e investimentos para etanol no transporte marítimo em larga escala.
A diversificação prioriza viabilidade técnica, disponibilidade de mercado e corte real de emissões. Testes com E10, E50 e E100 calibram a rota de menor risco e maior impacto para a frota global de porta-contêineres.




