Novos USVs Tupan II e III marcam avanço da tecnologia marítima autônoma nacional

O Cluster Tecnológico Naval-RJ marcou presença no batismo dos USVs Tupan II e Tupan III, realizado em 3 de outubro, simbolizando um importante marco para a indústria naval brasileira. Desenvolvidos pela Tidewise, em parceria com a Emgepron, os veículos de superfície autônomos reforçam a liderança do Brasil na criação de tecnologias navais inteligentes, com aplicações que vão desde o monitoramento ambiental até operações de Defesa e Segurança Marítima.

Tecnologia naval autônoma e engenharia nacional

Os USVs Tupan II e Tupan III representam a mais recente geração de veículos de superfície não tripulados desenvolvidos com tecnologia 100% nacional. Projetados pela Tidewise, empresa associada ao Cluster Tecnológico Naval-RJ, os veículos foram concebidos para operar de forma remota e autônoma, com alta eficiência energética, sensores inteligentes e sistemas de navegação avançada.

Com estrutura otimizada e arquitetura modular, os Tupan II e III podem executar missões complexas de monitoramento, reconhecimento e coleta de dados em tempo real, inclusive em condições adversas. As embarcações contam com autonomia operacional estendida e capacidade de comunicação integrada, permitindo que operem em conjunto com embarcações tripuladas ou em modo totalmente autônomo.

Essas características consolidam o Brasil no grupo restrito de países que dominam tecnologias marítimas autônomas com potencial de dupla aplicação, civil e militar. O avanço demonstra a maturidade do parque industrial naval nacional e a capacidade da engenharia brasileira em entregar soluções de alta complexidade tecnológica.

Parceria Tidewise–Emgepron e o papel do Cluster Tecnológico Naval-RJ

O desenvolvimento dos novos USVs Tupan II e III é fruto da cooperação entre a Tidewise e a Emgepron (Empresa Gerencial de Projetos Navais), que aliam inovação privada e competência estatal na condução de projetos estratégicos de Defesa. Essa colaboração reflete o modelo de Tríplice Hélice — união entre governo, academia e indústria — promovido pelo Cluster Tecnológico Naval-RJ.

Durante o evento, o Cluster destacou que o batismo dos novos veículos evidencia o fortalecimento da base industrial de Defesa e a consolidação do Rio de Janeiro como polo naval e tecnológico nacional. O ambiente colaborativo entre as instituições tem impulsionado a Economia Azul, ampliando as oportunidades para pesquisa aplicada, exportação e desenvolvimento de tecnologias sustentáveis voltadas ao mar.

A presença do Cluster na cerimônia reforça seu papel como elo de integração entre diferentes setores estratégicos, conectando ideias, projetos e investimentos em prol da inovação e da soberania marítima brasileira.

Autonomia tecnológica e potencial de Defesa nacional

Além de seu valor tecnológico, os USVs Tupan II e Tupan III têm importância direta para o setor de Defesa e Segurança Marítima. A Tidewise, em parceria com a Emgepron, conduz também o Projeto Supressor, voltado para a criação de um sistema autônomo modular e escalável destinado a operações de defesa, como patrulhamento, reconhecimento e resposta rápida em cenários de risco.

O Supressor exemplifica o potencial de dupla aplicação das tecnologias navais brasileiras, com uso tanto em operações civis quanto em aplicações militares. O desenvolvimento de plataformas autônomas como os Tupan II, III e o Supressor demonstra o avanço do Brasil em autossuficiência tecnológica, reduzindo dependências externas e fortalecendo a capacidade de inovação soberana do país.

Com isso, o Brasil se posiciona como protagonista emergente na engenharia naval inteligente, combinando eficiência operacional, sustentabilidade e segurança marítima, pilares essenciais para o futuro da Defesa Nacional e da Economia Azul.